domingo, 13 de setembro de 2009

Belém - Outros muros, outras lamentações




(Praça fronteira à Igreja da Natividade)

Aproveitando um tempinho livre, fomos à cidade de Belém onde, segundo a tradição, nasceu Jesus Cristo. Gostei muito da Igreja da Natividade, antiga, bela na sua simplicidade, muito diferente da Igreja do Santo Sepulcro. O ponto central é o lugar do estábulo, onde supostamente se deu o nascimento.

(Local do estábulo onde Jesus Cristo nasceu)

Também ali ao lado, o local onde S. Jerónimo, no século V, viveu e traduziu a Bíblia para latim, produzindo a célebre Vulgata. Tanta História num espaço tão reduzido!
Belém fica no território da Autoridade Palestiniana. Dista cerca de 12 quilómetros de Jerusalém, mas temos de atravessar uma fronteira, armados com o nosso passaporte europeu, que facilita bastante as coisas. A grande diferença é que essa fronteira é um enorme muro em betão, com guaritas e militares.

(Na fila para passar a fronteira com a Autoridade Palestiniana)

A saída de Israel para a Palestina não é demorada, já a entrada é mais complicada. Os militares asseguram-se de que não há palestinianos, ou outros intrusos; aqui, a presença dos militares é ainda mais intensa, há que evitar bombistas e atentados...

(O Muro, do lado palestiniano)

Já em Jerusalém Ocidental, passámos por uma escola, grande e moderna. O nosso guia, judeu filho de brasileiros, e o árabe que conduz o autocarro, ambos têm os filhos nesta escola. É uma das poucas escolas pluriculturais que existe em Israel e é uma novidade. Aguçaram-nos a curiosidade, queremos saber mais. É uma escola frequentada indistintamente por árabes e israelitas que, a partir dos três anos, se tornam bilingues, já que há dois professores nas classes primárias e todos aprendem árabe e hebreu. Festejam-se em conjunto as principais festas judaicas e muçulmanas, aprendem-se os cânticos para se poder cantar em conjunto, respeitam-se as tradições mútuas. Aprendem em conjunto, brincam em conjunto, talvez venham a conseguir viver em conjunto.
Talvez, assim, aquele grande muro que o ódio e o medo foram construindo, deixe um dia de ser necessário!

(Fotografias de Teresa Diniz)

1 comentário:

  1. Aquele muro deixa passar semprepara os hospitais de Israel os doentes que nãoencontram na terra delestratamento.as crianças são todas aceites.
    creio que me fico apenas por lhe chamar o muro do medo , o ódio na realidade não existe, apenas incompreensões que um dia acabam .
    Obrigado pela viagem.

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