segunda-feira, 9 de maio de 2016

De Split a Trogir


No centro de Split, o centro do palácio

Não existe melhor maneira de começar um passeio na Croácia do que perdendo o livro Guia Michelin - Croácia no avião. Não estou a brincar! Assim, não parecemos turistas, a não ser pela máquina fotográfica pendurada no peito, para tentar captar o azul impensável do mar Adriático ou o peso da História, patente nos muros, nos arcos, nas colunas, de Split!

A Riva

Na altura do ano em que por lá andamos, em fevereiro, há poucos turistas, e nós misturamo-nos com os habitantes da cidade. Caminhamos pelos mesmos becos e ruelas, bebemos uma cerveja nos mesmos bares. 

Entrada do Museu de Split, num antigo palácio

No lusco-fusco do entardecer, observamos as crianças que brincam às escondidas junto do Templo de Júpiter. Sentamo-nos num banco da Riva, a bela marginal, a olhar o mar e os barcos que entram e saiem do porto. Muitos são ferrys que ligam o continente a diversas ilhas. Decidimos logo que havemos de apanhar um ferry para uma das ilhas... E cumprimos.

Vista do porto de Split, a partir da colina de Marjan

Chegada à ilha de Brac

Split é uma cidade impressionante, que cresceu dentro de um palácio. No século III, o imperador romano Diocleciano decidiu construir um palácio na bela costa da Dalmácia, para se afastar dos ares turbulentos de Roma. Escolheu esta baía, construindo um imenso palácio, quadrado, com 300 metros de lado. Aí incluiu templos e casas da guarda, os seus próprios aposentos e o mausoléu para repousar depois da sua morte. 

O Mausoléu de Diocleciano, à noite

No século VI, o Império Romano já não existia e o palácio começava a degradar-se. Sob a ameaça dos Ávaros, que atacavam a região, a população da cidade vizinha de Salona vem instalar-se dentro do palácio do imperador. O espaço central do palácio torna-se a praça principal da nova cidade: é o Peristilo.

O Peristilo

A cidade floresce, crescem palácios dentro do palácio, e o antigo mausoléu do imperador é transformado numa catedral, a mais pequena catedral do mundo. O sarcófago de Diocleciano é substituído pelos altares dos mártires cristãos que ele próprio condenou à morte. Ironias da História!

Ermida de S. Nicolau, na colina de Marjan

Gregório de Nin e eu

A cerca de 30 quilómetros de Split, a pequena cidade de Trogir conta uma história totalmente diferente. Fundada pelos gregos, como uma colónia, desenvolveu-se com o próspero comércio do Mediterrâneo. 

Templo grego frente à Fortaleza, em Trogir

Os habitantes transformaram a pequena península numa ilha, muralhada e circundada por um canal. Uma fortaleza e uma torre asseguravam a sua defesa. 

A Torre de São Marcos

Hoje, dentro da muralha, as ruas estreitas mostram os seus palácios e igrejas medievais. Muitos estão transformados em estabelecimentos turísticos mas, felizmente, estamos em fevereiro e podemos caminhar tranquilamente, sem sermos atropelados por multidões de turistas.

O antigo mercado, encostado à Fortaleza

A praça principal é de uma beleza requintada e equilibrada: de um lado, a catedral, com os seus pináculos góticos; do outro lado, a Torre do Relógio, encostada à magnífica loggia de inspiração italiana. Ao centro, o palácio do século XV que hoje alberga a Câmara Municipal.

A entrada da catedral

A loggia e a Torre do Relógio

A escola também está alojada num palácio de janelas ogivais. Ouve-se um toque de sineta, familiar, e as crianças começam a sair, em pequenos grupos. 
Também chegou a nossa hora de partir. Regressamos a Split de autocarro, como muitos outros croatas. Como se não fossemos turistas!...

Vista da Riva de Split, a partir do porto







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