terça-feira, 21 de abril de 2015

Pela Costa Vicentina I


Algures, na costa vicentina
Aproveitando o início da primavera e do bom tempo, decidimos apanhar ares de mar subindo a Costa Vicentina. Podia dizer que é a região mais bonita de Portugal, mas errava com certeza, porque cada pessoa tem um olhar diferente sobre as coisas. Mas acho que posso afirmar sem errar que aí se encontram as praias mais belas de Portugal. A sua beleza intocada, um pouco selvagem, é arrebatadora. Como toda esta costa se encontra integrada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, conseguiu conter-se a pressão urbanística e turística que desfigurou muitas outras zonas, igualmente lindíssimas, da nossa costa. E assim podemos correr em praias quase vazias, observar as aves nos penhascos, enfim, desfrutar de uma paisagem ímpar.
O nosso plano era descer rapidamente até Sagres e depois começar a subir a costa, sem pressas, metendo o nariz em todos os sítios interessantes.


Alcácer do Sal
Começando a descida, a primeira paragem foi em Alcácer do Sal, para o café da manhã, acompanhado de uma queijada de requeijão. Parar em Alcácer do Sal é sempre um prazer. As casas brancas refletem-se nas águas calmas do rio e os ninhos das cegonhas coroam as torres das igrejas enquanto as mais variadas aves esquadrinham as margens em busca de comida. Por isto tudo não é de admirar que se encontrem fotógrafos em passeio na marginal, de máquina em punho. Um desses fotógrafos chamou-me a atenção: vestido com um casaco de camuflado, de botas, com o seu cão ao lado, parecia um caçador. Um caçador de imagens...
Caçadores de imagens...
Paragem seguinte, Sagres. E, após uma breve passagem pela fortaleza, começamos a subida. Depois do Cabo de São Vicente, o acesso ao mar e às praias começa a ser mais difícil. Como se a própria natureza quisesse esconder de olhos menos persistentes os seus maiores segredos. Não há estrada junto à costa, para chegar a cada praia é preciso fazer quilómetros de estradas estreitas, por vezes mal sinalizadas. Mas vale a pena. 


Cabo de São Vicente
A primeira grande descoberta é a praia da Carrapateira. Uma enorme extensão de areal, batido por ondas pequenas e regulares. Muito mais gaivotas do que passeantes. Por mim, ficava já ali, sentada no promontório sobre a praia, embalada pelo azul e pelo barulho do mar.


Praia da Carrapateira
Continuamos para norte, Arrifana, Monte Clérigo. Cada praia é uma conquista difícil e um fascínio. 


Praia da Arrifana
Encontram-se mais estrangeiros, alemães, franceses, do que portugueses. Chegam com a sua sofreguidão de sol e de mar, empunham as pranchas de surf, ou pura e simplesmente sentam-se a apreciar o pôr do sol sobre o mar. Como nós fizemos também, junto à praia de Monte Clérigo.


Pôr do sol em Monte Clérigo
Acabamos o dia na Zambujeira do Mar, numa residencial com cágados no pátio. Que mais se pode desejar?


Os cágados no pátio da Residencial Rosa dos Ventos



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