Um dos traços distintivos e interessantes de Nova Iorque é a sua multiculturalidade. Não é preciso ir a Ellis Island, ao seu Memorial ao Emigrante, para nos apercebermos que estamos perante uma sociedadee colorida e múltipla, onde cada um traça o seu caminho. Os tons de pele são as marcas visíveis das culturas que por ali se cruzaram e enraizaram, desde que, no século XVII, os holandeses compraram aos Índios a ilha a que chamamos hoje Manhattan, para aí estabelecerem uma feitoria. Holandeses e ingleses são os primeiros senhores da ilha e marcaram-na indelevelmente, nos edifícios e nos parques, nos desportos e na organização administrativa. Encontramos a sua memória na Trinity Church e nas campas centenárias que a rodeiam e que escaparam miraculosamente à destruição de 11 de Setembro.
(Cemitério junto de Trinity Church) (Ao fundo de Wall Street,Trinity Church)
Depois, começaram a chegar os imigrantes dos países católicos, mais pobres, do sul da Europa, particularmente irlandeses e italianos. Os irlandeses constituíram uma comunidade forte, que se organizou e cresceu economicamente. Foi com o seu apoio que foi construída a mais rica igreja de Nova Iorque, a Catedral de St. Patrick. Já os italianos aglomeraram-se na zona de Little Italy. Hoje estão plenamente integrados na sociedade americana e Little Italy é um local turístico, cheio de restaurantes italianos e lojas de recordações.
(A rua principal de Little Italy) (Numa loja de recordações...)
Uma das comunidades americanas mais antigas é, evidentemente, a comunidade negra. Descendentes dos antigos escravos ou de imigrantes africanos, têm deixado uma marca importante na cultura americana. O seu talento natural para a música faz com que os encontremos frequentemente, em grupo ou sozinhos, nas ruas de Nova Iorque; muitas vezes cantam fazendo várias vozes e ritmos, em espectáculos inesquecíveis. Quando procurava os vestígios dessas vozes no Harlem (a casa de Billie Holiday, a Abyssinian Church), caímos sem saber no meio de um enorme festival, com vozes magníficas a ecoarem em vários palcos simultâneos. Foi uma tarde que dificilmente esqueceremos.
(Fazendo música, frente ao MET) (Festival no Harlem)
Também há, evidentemente, Chinatown. Uma visita a Nova Iorque não fica completa sem um passeio por Chinatown. É um espaço estranhíssimo, onde encontramos a vivência dos bairros orientais com todos os símbolos da cultura americana. Tudo está escrito em chinês e, ao contrário de Little Italy, nota-se que ainda é um espaço vivido.
(Chinatown)
A migração mais recente é a dos países hispânicos sul-americanos. Mexicanos, porto-riquenhos, colombianos, encontram-se um pouco por todo o lado e distinguem-se pela língua, pela pele morena, mas, principalmente, pela maneira de ser alegre e calorosa. Predominam nos cafés “Starbucks” e nas lojas de comida abertas 24 horas, e recebem-nos como se fossemos conhecidos de longa data.
(Starbucks Coffee shop)
Creio sinceramente que é esta diversidade que faz a riqueza dos Estados Unidos da América, um país onde cada pessoa sente o desafio de traçar o seu próprio destino.
(Fotografias de Teresa e Fernando Ferreira)
Andamos "mortinhos" para ir lá :)
ResponderEliminarBeijinhos
Muito interessante e por lá a diversidade é bem grande mesmo.Aliás, acho que por todos os lados ela está em alta!beijos,chica
ResponderEliminarÉ uma pena POrtugal só ser conhecido no que respeita ao futebol.
ResponderEliminarChica
ResponderEliminarA diversidade é a marca daqule país.
Bjs
Vagamundos
ResponderEliminarVale mesmo a pena ir lá, encontramos um mundo diferente daquele que imaginamos. Entretanto, eu continuo a viajar com vocês pelo norte da Europa e vocês vão acompanhando as minhas andanças por aqui.
Bjs
Paula
ResponderEliminarÉ mesmo verdade, onde quer que cheguemos, quando dizemos que somos portugueses, há sempre alguém que rasga um sorriso "Cristiano Ronaldo!" Pois!
Bjs
Este "olhar" fez-me regressar a Nova Iorque onde já estive três vezes. É como aqui está descrito. Das estadas não esqueço os momentos agradáveis em Greenwich Village, nem as "aventuras" (não aconselháveis)em que me meti pelos túneis das lojas de Canal Street, na Chinatown, à procura de artigos "genuinos". Ainda hoje, anos volvidos, tenho um Rolex lá comprado, de calendário perpétuo e automático, que funciona na perfeição. Já o levei ao representante em Lisboa, que me disse para o estimar pois é um modelo perfeito que já não se fabrica. Custou-me 10 dolares!
ResponderEliminarNova Iorque é tudo isto mais o que há sempre para descobrir, como o restaurante português ali mesmo encostadinho à Brodway, onde se é recebido com um sorriso portuga e se come que nem no Olimpo!
Desculpa este longo escrevinhar, mas os "Olhares Viajantes" são assim, provocadores. :))
Um abraço, amiga
Carlos
ResponderEliminarTambém adoro Nova Iorque. É uma cidade tão multifacetada que, seja qual for o teu estilo, te sentes sempre em casa.
Bjs
Olá,
ResponderEliminarFoi realmente uma viagem inesquecível. É uma cidade espectacular.
Aquela primeira noite e o primeiro contacto com Times Square ficou-me na memória. Ver o Empire completamente iluminado.
Visitar Wall Street, viver a cidade que costumamos ver nos filmes, muitas vezes destruída por grandes catástrofes naturais ou não,e depois sempre salva por um "heroi" qualquer. Imaginar como o fariam. É um local lindo onde podemos dar azas à imaginação.
Gostei de estar contigo em NY.
Talvez lá voltemos um dia. Nunca se sabe.
Beijos,
Claro que havemos de voltar, aí e a muitos outros sítios!
ResponderEliminarBjs
Uma viagem que terei de voltar a fazer...Já por lá passei algumas vezes, mas a última foi há mais de dez anos. O tempo voa e quem lá me chamava, mudou-se. descreve muito bem essa civilização multifacetada. Lembro bem a primeira vez, com 25 anos apenas e a boca aberta de espanto!...
ResponderEliminarCreio que essa multiculturalidade, quando realmente cultivada seja uma nuance única de beleza. Temo que as vezes seja apenas algo de fachada, como em São Paulo. Aonde na aparência exista essa pluriculturalidade, mas uma segregação das etnias, ou uma supervaloração de um a em detrimento das restantes...
ResponderEliminarShisuii
Gostei destas imagens, levaram-me a recordar umas férias bem passadas...
ResponderEliminarbjs
Ângela, Lilá(s)
ResponderEliminarÉ o poder das imagens, levam-nos a outros locais, a outras épocas.
Bjs
Shisuii
ResponderEliminarNão sei responder com certezas, mas parece-me que se há local misturado, onde há lugar para todas as origens e caminhos, é Nova Iorque. Já não diria o mesmo do Texas, ou assim...
Me encanta el contraste de la Catedral y los rascacielos.
ResponderEliminarSaludos