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| O Palácio de Dolmabahçe | 
No século XIX, os sultões olhavam para as
metrópoles europeias e queriam rivalizar com elas em opulência. Riqueza não
lhes faltava, mas faltava um palácio que pudesse ombrear com Versalhes. Para o
sultão Abdul Mecit o velho palácio Topkapi já não bastava. E mandou construir o
Palácio de Dolmabahçe, terminado em 1856. 
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| A entrada no Palácio de Dolmabahçe | 
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Gato encarregado de controlar as entradas no palácio?
 
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Situa-se junto ao Bósforo, no bairro de
Besiktas. Do outro lado da estrada, não menos espampanante, ergue-se o estádio
da equipa turca com o mesmo nome. Dois palácios, ao fim e ao cabo, dois
símbolos das suas épocas.  | 
| O estádio do Besiktas, outro palácio | 
O Palácio de Dolmabahçe é fantasiosamente luxuoso.
A fachada, toda em mármore branco, ladeia o Bósforo. Tem quase 300 metros de
comprimento e, por isso, é mais esmagador ainda apreciá-la a partir de uma das
muitas viagens de barco que cruzam o Bósforo a partir do cais de Eminonu. Há
enormes portões que dão diretamente para o Bósforo, para o qual se pode descer
por alguns degraus. Se não fosse a largueza do estreito, quase nos poderíamos
sentir em Veneza...
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| Um portão para o Bósforo | 
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| Os maravilhosos jardins do Palácio | 
As entradas principais, todavia, são do lado
terrestre. Hoje, todos os visitantes entram pela antiga Porta do Tesouro.
Passa-se a Torre do Relógio. Passam-se os belos jardins. E entra-se num palácio
concebido para esmagar pelo luxo. As salas sucedem-se, com as suas decorações
em ouro e cristal, numa cintilação constante. O Grande Salão é marcado pelo
enorme lustre de cristal, orgulhosamente aclamado como o maior do mundo. As
fotografias são estritamente proibidas mas, se o objetivo era rivalizar com
Versalhes, parece-me que foi atingido.
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| A Torre do Relógio | 
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Outro portão de entrada, agora em desuso
 
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É interessante constatar que os desejos de
modernidade dos sultões do século XIX não abrangiam os costumes matrimoniais.
Toda a ala direita do Palácio (para quem olha do Bósforo) continua a ser
ocupada pelo seu harém...  | 
A enorme fachada da Palácio de Dolmabahçe vista do Bósforo
 
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Talvez insatisfeitos com este palácio, os sultões
mandaram construir uma residência de verão do outro lado do estreito do Bósforo,
no lado asiático, e que se vê bem dos barcos de cruzeiro: o Palácio Beylerbeyi.
Era apenas uma residência de lazer, que nem tinha zonas de cozinha, por isso
toda a comida era trazida de barco de Dolmabahçe.  | 
O Palácio Beylerbeyi visto do Bósforo
 
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Estas construções luxuosas depauperaram as
finanças imperiais. Falido e derrotado, é do Palácio de Dolmabahçe que foge
para o exílio o último imperador otomano, em 1922.  | 
| O Leão otomano | 
Data também do século XIX outra jóia de
Istambul: a mesquita de Ortakoy. Ortakoy é um pequeno bairro piscatório, no
lado europeu do Bósforo. Hoje em dia, é um bairro animado pelo turismo, cheio
de restaurantes e lojas de lembranças. Mesmo junto à água somos de repente
arrebatados pela beleza da pequena mesquita de Ortakoy. Quase suspensa entre o
azul do céu e o azul das águas, parece uma peça de filigrana pousada delicadamente
na margem. 
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| A Mesquita de Ortakoy | 
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No cais de Ortakoy
 
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Sentada na pequena praia de Ortakoy, onde os pescadores e os gatos
aguardam serenamente, olhando o rendilhado da fachada da mesquita de Ortakoy
enquanto escuto a chamada melodiosa, quase hipnótica, para a oração do meio-dia, dou por mim a pensar:
“Só por este momento, vale a pena vir a Istambul!”  | 
| A Mesquita de Ortakoy vista do Bósforo | 
 
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