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Entrada no Palácio Topkapi |
Falar de Istambul é falar de palácios e de
mesquitas. Os minaretes e cúpulas das principais mesquitas definem a skyline
da cidade e somos regularmente interpelados pelo melodioso e pungente canto
de chamamento para a oração.
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A caminho da Mesquita Azul
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Como capital do poderoso império otomano,
Istambul alojava o sultão, toda a corte, incluindo o harém, assim como um
elevadíssimo número de funcionários, que também era necessário alojar e
alimentar diariamente. O centro da corte era o magnífico Palácio Topkapi.  |
Entrada do Palácio Topkapi |
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Pormenores do portão da entrada |
Foi
mandado construir por Mehmet II logo após a conquista de Constantinopla para aí
fazer a sua residência e sede do governo. A entrada é feita pela Porta da
Saudação, embora haja outra entrada, a Porta Imperial, mas não é para os comuns
mortais... |
Os jardins do Palácio |
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Entrada nos aposentos imperiais
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É um palácio invulgar. Está organizado como
uma série de pavilhões em redor de quatro pátios, o que pode ter sido uma
referência à tradicional vida nómada dos turcos. Parece que uma visita a todos
os espaços demoraria um dia inteiro. Passámos meio dia a explorar o palácio e
confesso que por várias vezes me senti perdida. Há tanta coisa para ver, tanta
informação para compreender e assimilar! |
O Pavilhão Real |
O pavilhão central é ocupado pela Sala do
Trono do sultão. Mas são igualmente impressionantes as enormes cozinhas e
refeitórios; afinal, era necessário cozinhar diariamente para umas largas
centenas de pessoas! Hoje esses espaços servem de exposição aos maravilhosos
serviços de cerâmica, cristais e pratas, que eram utilizados no palácio.
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Os tachinhos... |
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O cozinheiro... |
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Serviço de porcelana cravejado de pedras preciosas
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Também vale muito a pena visitar o Museu dos
Trajes Imperiais, com os seus milhares de fatos de adulto e de criança,
surpreendentes pelas suas dimensões. Será que os sultões eram assim tão grandes
ou trata-se, como habitualmente, de afirmações de poder? |
Fatinhos para todas as idades...
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Mas os espaços mais magnificentes são, como é
evidente, os aposentos imperiais. Incluem muita coisa: os quartos dos sultões,
dourados e luxuosos; os aposentos das esposas, com especial destaque para os
aposentos da chamada sultana, a mãe do sultão, que detinha um grande poder
político e de gestão do harém; as casas de banho, revestidas de mármore; as
salas de receção e o sofá imperial, isto é, o lugar de relaxamento; os
aposentos dos eunucos negros, escravos trazidos do Sudão ou da Etiópia, os
únicos homens que podiam entrar no harém; e o harém propriamente dito. |
Salas de receção |
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No sofá |
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Na biblioteca |
O espaço do harém foi o que mais me
impressionou. Podiam ali habitar até 300 mulheres, as concubinas do sultão. O
seu dia a dia não tinha nada a ver com os relatos excitados e eróticos dos
viajantes europeus dos séculos XVIII e XIX. Era um mundo de intrigas e
concorrência feroz, onde as raparigas escolhidas ingressavam ainda meninas e de
onde não podiam voltar a ver o mundo. Confinadas num labirinto de quartos e
corredores, guardadas pelos eunucos negros, tinham uma educação cuidada até ao
dia em que, talvez, o sultão reparasse nelas. Um mundo fechado. Uma gaiola
dourada.
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A entrada do harém |
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Dentro do harém |
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O eunuco negro |
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O caminho exterior do harém
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Uma palavra ainda para o espantoso Tesouro, um
museu que só rivaliza com a ideia que temos da gruta de Aladino. Ali se expõem
inúmeras peças carregadas de pedras preciosas, desde berços a punhais. Alguns
são célebres, pelo tamanho dos diamantes ou das esmeraldas. Muitas pedras
preciosas estão displicentemente acumuladas em caixas, como rebuçados de
mentol. Posso tirar um? |
Um berço imperial |
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Esmeraldas ou rebuçados de mentol? |
São obra desses primeiros sultões duas das
mesquitas mais bonitas de Istambul: a Mesquita Suleymaniye e a Mesquita Azul. A
Mesquita Suleymaniye foi mandada construir pelo grande Solimão I, o Magnífico,
e projetada pelo maior arquiteto do Império Otomano, Mimar Sinan. Só podia
daqui ter resultado uma obra maravilhosa! Desde logo, pela sua situação,
construída no topo de uma colina sobranceira a Istambul. Do pátio, avista-se
toda a cidade antiga, o Corno de Ouro e um grande troço do Estreito do Bósforo.
Tem uma vista panorâmica invejável. Mas a sua situação dá-lhe outra
característica única: é avistada de toda a cidade, praticamente.
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Chegada à Mesquita Suleimanye |
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A vista desde o pátio da mesquita |
Do pátio, avistam-se também as pequenas
cúpulas das antigas madraças (escolas religiosas), hoje transformadas numa
biblioteca que alberga milhares de manuscritos dos tempos imperiais. A um dos
lados da mesquita abre-se um cemitério bem cuidado. Destacam-se dois mausoléus:
um é o do próprio Sinan, mais modesto, o outro é o do grande sultão, Solimão o
Magnífico. O mausoléu é magnífico, mas o túmulo do próprio Solimão, tal como os
dos seus familiares, são pequenas imitações de tendas nómadas. Mais uma vez, a
referência e homenagem às origens nómadas do seu povo.
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Aspeto do cemitério otomano |
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Entrada do mausoléu de Soleimão o Magnífico |
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Túmulos como tendas... A mais alta é a de Suleimão
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O espaço interior traz-nos outra curiosidade:
há exemplares do Corão e panfletos explicativos em quase todas as línguas e,
para quem o desejar, uma interlocutora está disponível para debater (em inglês)
as questões teológicas do Islamismo e do Cristianismo. Trouxe um belo exemplar
do Corão mas não me meto nesses debates: cada um fica com a sua verdade. |
No interior da Mesquita Suleimanye
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A Mesquita Azul é um pouco posterior e é
provavelmente a mais conhecida, devido à utilização de milhares de azulejos Iznik
que lhe dão o tom interior azulado e uma bela luminosidade. Foi construída
frente a Haghia Sophia para mostrar a superioridade do Islão sobre a
Cristandade, no local onde se situaria o antigo palácio bizantino. Também não
entro nessas comparações. Separadas por mil anos de história, continuam a
contemplar-se, frente a frente, num diálogo sem fim. |
O interior da Mesquita Azul |
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