sábado, 11 de maio de 2019

Malbork, o castelo dos Cavaleiros Teutónicos



Torres do belo Castelo de Malbork

Uma das melhores formas de viajar na Polónia é de comboio. As linhas ferroviárias cobrem todo o país e os comboios são muito confortáveis e pontuais. Nós aproveitámos a oportunidade e fomos de comboio a Malbork. De caminho, fomos apreciando a paisagem do norte da Polónia: uma imensa planície, de vez em quando um lago, faixas de árvores alternando com faixas de terra cultivada. Casas isoladas, aldeias, e o comboio que passa…


A estação de comboios de Malbork
Descemos na estação de Malbork, como previsto. O que foi inesperado foi a beleza da própria estação de caminhos de ferro! É um edifício de tijolo, como aqui é habitual, com a madeira a desdobrar-se em rendilhados. O interior é deslumbrante: toda pintada num delicado padrão de flores, interrompido pelas cores fortes dos brasões das cidades da região e da águia polaca. O teto multiplica-se em vigas de madeira pintadas. Todo o conjunto é magnífico e funciona bem como porta de entrada para o castelo de Malbork.

O interior da estação de Malbork...

... que também vale a pena visitar

Tal como tantas coisas aqui na Polónia, o castelo resistiu durante séculos para ser destruído em 1944. A reconstrução foi fiel ao original e só terminou há poucos anos.

Um painel mostra-nos o aspeto do castelo em 1945

Malbork (ou Marienburg, como era o seu nome até ao século XVI) era a sede da Ordem dos Cavaleiros Teutónicos. Esta poderosa Ordem Militar foi chamada para evangelizar estas zonas remotas da Europa medieval e aqui se instalou, dominando toda a região até à Lituânia. Quando foram derrotados pelos polacos, deslocaram-se para leste, para Konigsberg, atual Kaliningrad, fazendo dessa fortaleza a sua sede e o berço da Prússia. Esta região passou a denominar-se Prússia Real, por estar sob o domínio da coroa polaca. O fac-simile desse documento está exposto no castelo.


Torres e passadiços...

O castelo é muito bonito, mas acima de tudo é imponente e enorme. É composto por dois conjuntos, os Castelos Altos e os Castelos Baixos. Todo o conjunto defensivo é complexo, integrando muralhas e passadiços, torres, pátios, pontes levadiças e barbacãs.

Pontes e muralhas...

Pátios e barbacãs...

Nos Castelos Altos, encontra-se uma igreja dedicada a Maria. A imagem da mãe de Jesus está colocada numa das enormes janelas, virada para o exterior. Mede oito metros e é um dos elementos mais visíveis do castelo, mesmo de longe. É realmente Marienburg, a cidade dedicada a Maria!

A imagem de Maria está virada para o exterior

Dentro das muralhas, além da igreja, situam-se os aposentos do Grão-Mestre e dos Cavaleiros e inúmeros dormitórios, salas e salões para as mais variadas situações. Os salões para os jantares e receções são quase sumptuosos, mais frescos para o verão ou com aquecimento central, à maneira romana, para o inverno. 

A sala de receções de inverno

E a sala de receções de verão

Com uma casa de banho privativa...

A tudo isto, há que acrescentar os jardins, as instalações para os ferreiros e outros artesãos, os armazéns… É um conjunto imenso: segundo o nosso áudio-guia, é o maior castelo de tijolo do mundo e ocupa cerca de metade da superfície de um pequeno estado, como o Vaticano.

Um dos pátios interiores mais bonitos

Os capitéis das colunas contam histórias de batalhas

Os cavaleiros continuam as suas batalhas por cima das lareiras

Imagino os austeros cavaleiros teutónicos a passarem nas pontes levadiças, montados nos seus cavalos, envoltos nos seus mantos brancos com uma cruz negra, e essa imagem ainda me inspira um sentimento de respeito. Imagino na sua época!

Estátuas de grão-mestres despedem-se de nós, no pátio interior



1 comentário:

  1. Tudo tão bonito!!
    E contado por ti, fica ainda mais aguçada a vontade de lá ir. Beijinhos.

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