sexta-feira, 14 de julho de 2017

Escapadela mediterrânica - Dubrovnik

Dubrovnik, a pérola do Adriático

Dubrovnik, a antiga Ragusa (assim se chamava na Baixa Idade Média), é chamada "a pérola do Adriático" e é fácil perceber porquê. A sua beleza é esmagadora e deixa-nos sem palavras.


O Forte de São João

Dubrovnik foi o meu primeiro contacto com a Croácia. Andava a fazer um périplo pelos Balcãs, vinha da Bósnia e continuava para o Montenegro. Mas é fácil aqui chegar, já que hoje há voos diretos para a cidade.
Chegamos pela manhã e, depois da primeira dificuldade, que é conseguir um lugar para o carro num parque de estacionamento, aproximamo-nos das Portas da Cidade.


Uma das portas de Dubrovnik

A Grande Fonte de Onofre, com os seus 16 lados

As muralhas rodeiam toda a cidade velha e decidimos percorrê-las enquanto o sol não é muito forte. Foi uma boa ideia. Das muralhas obtém-se uma vista panorâmica sobre toda a cidade e sobre o mar à sua volta. As grandiosas muralhas de Dubrovnik foram construídas para proteger a cidade dos ataques dos Turcos, no final da Idade Média, no entanto, não conseguiram protegê-la dos ataques sérvios e montenegrinos na guerra civil que se seguiu à fragmentação da Jugoslávia. Sofreu muitos danos e houve muitas mortes e destruição, embora fosse já Património da Humanidade desde 1979. 




As muralhas

Hoje, já sobram poucas marcas físicas desses bombardeamentos. As casas foram reconstruídas e até as velhas telhas de terracota foram colocadas de novo. Das muralhas olhamos para os telhados de Dubrovnik, como vagas num mar vermelho de terracota e maravilhamo-nos.


Os telhados de Dubrovnik

O Stradun



À medida que percorremos as muralhas, vamos observando ruelas e becos, escadinhas e postigos. Ladeamos velhas casas transformadas em alojamentos turísticos, com lençóis a secar nos estendais e pátios interiores, frescos e sombrios, pontuados de mesas, cadeiras e chapéus de sol coloridos. De quando em vez, uma cúpula de uma igreja rasga a regularidade dos telhados vermelhos.


Às janelas, seca de tudo um pouco...

As muralhas caem sobre o mar Adriático, proporcionando um olhar diferente a cada troço, a cada ângulo da muralha. O mar é de um azul profundo e cintilante e apetece apenas embarcar num dos barcos que vemos cruzar o estreito braço de mar que separa a cidade da ilha fronteira de Lokrum e deixar o tempo correr...


Os azuis do mar e do céu



Pontuado por diversos fortes e guaritas, o percurso das muralhas tem cerca de dois quilómetros e abraça toda a cidade, desde as Portas fortificadas até ao velho porto. Descemos da muralha para percorrer e sentir as ruas que tinhamos apreciado lá de cima. Percorremos a Placa ou Stradun, uma rua pedonal que atravessa toda a cidade muralhada. Entramos numa rua  e depois noutra, cruzamos praças, exploramos becos, subimos escadinhas, sem plano ou direção definida, apenas para sentir a cidade. Passamos pelo Palácio do Reitor, onde vivia na Idade Média o governador da cidade ou reitor, eleito mensalmente. Aí, tinha de se dedicar inteiramente ao governo da cidade, não podendo receber nem família nem amigos...




Ruas de Dubrovnik - À direita o Palácio do Reitor

A beleza de Dubrovnik tem atraído justamente turistas e amantes de séries aqui rodadas, como a Guerra dos Tronos. No entanto, a pressão turística aumentou de uma forma quase insuportável. Ao longo do dia, cruzamo-nos constantemente com hordas de turistas, guiados ruidosamente por alguém que empunha um chapéu de sol ou uma bandeirinha. É excessivo, como noutros pontos da costa mediterrânica, e faz-me pensar quantos croatas teremos encontrado...


Demasiados turistas...

No fim do dia, decido que voltarei à Croácia, mas não no Verão. E assim aconteceu, numa maravilhosa visita de Primavera a Split e Trogir. 
Deixamos Dubrovnik cansados de gente à nossa volta. Mas com os olhos saciados, ainda cheios dos rosas e vermelhos dos telhados de Dubrovnik, encastoados entre o azul vibrante do céu e o azul cintilante do Adriático.



O Velho Porto





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