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Um banco sobre o lago |
O dia começou com a reparação do percalço do dia anterior,
isto é, houve que procurar o concessionário da Honda para substituir a lâmpada fundida. Com isto, novo atraso à saída do hotel, que até acabou por dar jeito,
já que aguentámos a chuvada matinal debaixo de telha! Pior do que nós estava um casal de ciclistas belgas, em viagem de regresso a casa, que lá foram pedalando, debaixo de chuva.
Passámos ao lado de Genève, na direção do Lago Leman.
Viajando de mota, não perdemos tempo com cidades grandes. Essas são para
explorar durante mais tempo, pelo menos dois dias e são para outro tipo de
viagem. Aqui no blogue, há vários posts sobre Genève, uma cidade muito
especial, que alia a centralidade turística e económica ao cosmopolitismo
gerado pelas organizações internacionais que aí têm a sua sede.
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O Castelo de Rolle... |
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...sobre o lago Leman |
Quanto a nós, seguimos pela margem norte do Lago Leman.
Primeira paragem no Castelo de Rolle, para olhar o lago. Tudo é tranquilidade,
beleza e requinte, desde os canteiros de flores à decoração das lojas. O
castelo data do século XIII, com uma reconstrução do século XVI, depois de ter
sido queimado e destruído pelas tropas do cantão de Berna. Hoje, está
impecavelmente recuperado e é um oásis de paz junto às águas.
Nós voamos ao lado do Lago Leman, entre vinhedos imensos e
belas vivendas viradas para o lago. No Castelo de Wufflens, nova paragem, para
observar aquele que é considerado o mais belo castelo de inspiração gótica da
Suiça e, com Chillon, um dos mais importantes monumentos da região de Vaud.
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O Castelo de Wufflens |
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As casas de apoio ao castelo |
O Castelo é surpreendente: é uma propriedade particular por isso não pudemos visitar os interiores, mas pudemos ver as antigas cavalariças e casas de apoio. Quem serão os seus habitantes? Todo o espaço
é um regalo para os olhos e tenho a sensação de andar dentro de um livro de
belas gravuras antigas. Mas saltamos rapidamente do século XV para a
atualidade: o road-book tinha ficado
um bocadinho danificado pela chuvada matinal e a pausa foi aproveitada para o
secar… no motor da mota!
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Secando o road-book, no motor da mota... |
Viramos as costas ao lago e paramos em Gruyères, a terra que
deu o nome ao queijo. É uma cidadezinha encantadora, embora muito turística,
cheia de lojas de souvenirs e de gente que passeia, como nós. Encanto-me com o
castelo condal, com as janelas floridas, com as tabuletas das lojas, com a entrada
fortificada ao fundo da praça. Tem uma beleza de bilhete postal. Mas esconde
outras coisas igualmente fascinantes, como o museu que alberga a fantástica
obra de H. R. Giger, o criador do Alien.
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A bela Gruyères |
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...com as suas tabuletas requintadas |
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...circundada pelas montanhas |
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A vista do Castelo de Gruyères |
Seguimos viagem. Atravessamos aldeias encantadoras e bordejamos
lagos muito azuis. Passamos cidades como
Thun e Interlaken, mas só fazemos pequenas paragens.
Ainda falta uma subida à montanha, a passagem de Sustenpass,
a 2 264 metros. Cai a noite e cai também uma chuvinha miúda. Vamos
subindo, curva após curva, com os faróis das motas a iluminarem a estrada
deserta e a noite cada vez mais escura. Lá em cima, há neve, frio e glaciares.
Mas a chuva parou e os glaciares brilham ao luar, numa paisagem um pouco
fantasmagórica. A subida noturna ao Sustenpass foi, para mim, uma experiência
assustadora e uma revelação dos meus próprios medos. A sensação de isolamento e
vulnerabilidade, aliada à grandiosidade da natureza que nos rodeava, tornou-se
esmagadora. E foi com um grande alívio que cheguei ao nosso belo hotel de
montanha, o Alte Post, em Wassen.
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Lá em cima, há neve, frio e glaciares |
Depois de vários dias a ouvirmos dizer que já era tarde, que
era difícil comermos alguma coisa, que a cozinha já tinha fechado, fomos aqui
recebidos com hospitalidade. A dona do hotel prontificou-se a preparar uma
refeição (salsichas com batatas fritas e salada mista) que nos soube
deliciosamente. No hotel estavam também hospedados uns motociclistas ingleses, tão loucos como nós, que também andavam a passear pelos Alpes. Ainda estivemos a comparar rotas e percursos. A sala de jantar era quente e acolhedora, a cerveja era boa, o
quarto era mimoso. O dia terminou tranquilo e apaziguado.
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