Não é necessário ir a Roma para ver os vestígios do Império Romano. Aqui perto de nós, na Estremadura espanhola, a cidade de Mérida mostra-nos na perfeição como era a vida numa cidade romana.
(O Teatro Romano de Mérida)
A cidade de Emerita Augusta foi fundada pelo imperador Augusto em 25 a.C., e tornou-se a capital da província mais ocidental do Império, a Lusitânia. Era uma cidade importante, no cruzamento de eixos viários que dinamizavam a região, com uma vida económica e cultural de grande vigor.
O que a torna extraordinária é que os seus muitos monumentos romanos se encontram ainda razoavelmente conservados, permitindo-nos recuar na História, enquanto percorremos a cidade.
(O Templo de Diana)
O monumento mais notável é, sem dúvida, o Teatro Romano. É um dos mais bem preservados do mundo e ainda ali se fazem festivais dramáticos, no Verão. O Teatro está incluído num conjunto mais vasto, de que fazem parte um anfiteatro, jardins, zonas de circulação. Podemos passear por entre os arcos e colunas, sentir como pulsava a vida naqueles tempos, ver pormenores engraçados (que não se encontram facilmente noutros sítios históricos, menos bem conservados), como as latrinas onde os espectadores se iam aliviar nos intervalos dos espectáculos. Tão modernos, os antigos romanos!
(A Deusa Ceres preside às festividades)
No estádio, onde se faziam as corridas de bigas e quadrigas, está aberto ao público um Centro de Interpretação, com toda a explicação do sítio e da sua envolvente histórica, e filmes de reconstituição das corridas que ali se disputavam e do ambiente que então se vivia.
Há ruínas e vestígios de várias casas e villas romanas, mas as duas mais bem conservadas são a Casa del Anfiteatro e a Casa del Mithraeo, onde se podem ainda observar os frescos, os pavimentos de mosaicos e os sistemas subterrâneos de aquecimento.
(Pavimento de mosaico)
Toda a cidade romana era abastecida de água por um magnífico aqueduto, com três andares de arcos, em granito e tijolo. É o aqueduto de Los Milagros, e pode ser visto a partir da estrada de Cáceres.
(O Aqueduto de Los Milagros)
A não perder também é o Museu Nacional de Arte Romano, concebido pelo arquitecto Rafael Moneo. Construído em tijolo vermelho, a fazer lembrar o tipo de tijolo utilizado pelos romanos, os arcos do salão principal têm a altura do aqueduto de Los Milagros. Nas várias galerias, podemos apreciar esculturas, peças de cerâmica, painéis de mosaicos, colecções de vidros e moedas.
(As magníficas colunas de mármore do Teatro)
Todo este espaço está muito bem conservado e explicado ao público. Gerido por uma fundação privada, pode-se comprar um bilhete para um único monumento ou um bilhete que engloba todos os monumentos do centro histórico. Há zonas comerciais e zonas de restauração. É um exemplo de como se deve fazer a preservação e, ao mesmo tempo, o aproveitamento turístico de um local com uma tão grande história.
Tudo muito interessante e lindo de ver! Lindas fotos!beijos,chica
ResponderEliminarA única vez que parei em Mérida não foi a tempo suficiente para ver este legado histórico.
ResponderEliminarVinhamos cansados da travessia de Espanha e já não era possivel mais uma noite em Espanha.
Ainda não voltei lá.
Mas com esta edição Teresa, a ideia do valor das ruinas progrediu.
O que é excelente.
Bjs
Há uma CERTA diferença entre o que resta dos romanos em Portugal e do que EXISTE em Espanha...
ResponderEliminarRaio de fronteira!
Ainda não consegui superar o problema do photobucket.
Daí os cliques não aparecerem.
O RASCUNHO está pronto, no entanto.
Um abraço ao FERNANDO e um beijo para a TERESA.
Chica
ResponderEliminarObrigada :)
Bjs
JPD
ResponderEliminarSabes, eu acho que nós tendemos a depreciar um bocadinho o que existe em Espanha, talvez por ser aqui ao lado, mas é um país com um património histórico incomparável e de uma grande diversidade. Eu confesso que gosto de Espanha!
Bjs
João
ResponderEliminarO problema é o mesmo, em relação a todas as civilizações que por aqui passaram: nós somos a periferia da periferia. Podíamos era aprender a divulgar melhor o que temos.
Um grande beijinho para si.
90% dos portugueses que visitaram a Estremadura espanhola ficaram pelo Corte Inglés e pelo rebuçados de Badajoz. Há muitos anos que não vou a Mérida mas gostei das duas visitas que fiz.
ResponderEliminarMe encanta el teatro.
ResponderEliminarSaludos
Viagens Lacoste
ResponderEliminarSe não vai a Mérida há muito tempo, se calhar já encontrava diferenças para melhor. Está tudo muito bem organizado, em termos turísticos, e o Centro de Interpretação está excelente.
Pois é, a maioria dos portugueses vai passar férias para um resort longínquo e não conhece o património português ou espanhol. E, para Corte Inglés, há um em Lisboa. Como sou do contra, se calhar vou fazer una quantos posts sobre Espanha, outra vez.
Bjs
Maria Eugenia
ResponderEliminarTambém acho encantador.
Bjs
Merida foi uma das cidades espanholas que mais nos surprendeu. E visitamos a cidade uns meses antes da nossa primeira viagem a Roma, pelo que foi uma excelente introdução ao que nos esperava.
ResponderEliminarGostamos muito deste teu post.
Beijinhos
Vagamundos
ResponderEliminarObrigada :) Espanha é muito mais do que as praias de Torremolinos.
Bjs
Interessante demais depararmos com marcos tão representativos.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Cadinho RoCo
ResponderEliminarMérida é uma cidade cheia de marcos representativos do nosso passado colectivo.
Bjs
Ainda sou muito novo (eh eh eh eh), mas era ainda mais jovem, quando neste maravilhoso mundo de Mérida que lembra os velhos tempos do 'meu' antigo Império Romano, decidi - a título de vacina - assistir a uma tourada (das de morte)!
ResponderEliminarTinha de ver, para perceber a "beleza" daquilo!
Não resisti nem um quarto de hora! Mau demais para ser verdade! Abandonei o local enjoado, e só não lancei os organizadores do espectáculo aos leões, porque acho que os bichos merecem uma dieta melhor.
Na despedida... deixei lá um 'cartão' de visita bem grande, de pedra, com a seguinte inscrição:
CAESAR! Isto é: «JE», «MOI»!
Assentei aquilo, para nunca mais voltar!
Tive ainda a oportunidade de apreciar a acústica do Teatro!
É impressionante como naqueles tempos tão recuados, já havia a noção (e aplicação) da engenharia sonora!
Nos tempos em que fui 'imperador' daquilo, só tive um defeito: se fosse hoje, o palerma do meu filho adoptivo, só me mataria com uma caneta Montblanc!
Aquela, reza a História, de que me limparam o sarampo com um estilete de escrita,é um 'pincel' difícil de engolir!
Avé..., e boa noite que se faz tarde!
César
César
ResponderEliminarOs seus comentários são sempre extraordinários e cheios de sentido de humor.
Se calhar, tem de voltar a Mérida para rever todos aqueles testemunhos fantásticos de uma época que aceitava os Jogos com homens e animais, claro. O que me parece estranho é nós, dois mil anos depois, continuarmos a achar que é uma divertimento normal.
Bjs
Teresa
ResponderEliminarGostei das fotos e do texto explicativo, género "Guia Turístico"... Tal como tu, tambem gosto de Espanha...quando ia de férias á aldeia do meu marido mesmo na raia com Espanha, a 7Km dali na primeira vilória...era uma diferença como do dia para a noite...Agora, não sei...já lá não vou há uns aninhos...
Por cá, não sabemos persevar, nem divulgar o que é nosso...tirando o Cristiano Ronaldo!!!
Beijocas
Graça
Graça
ResponderEliminarTem tanta razão: parece que a única coisa boa de Portugal é o Cristiano Ronaldo. Sempre há mais umas coisinhas, nós é que não sabemos divulgar.
Bjs
Olá gostaria de convidá-lo a conhecer meu trabalho através do blog Ecos do Teleco Teço (WWW.ECOSDOTELECOTECO.BLOGSPOT.COM) . Grande abraço e sucesso com sua proposta !! Axé
ResponderEliminarA primeira vez que visitei Mérida, tinha pouco mais de 20 anos, estudava arte. Estava muito abandonada, mas cheia de mistério. Fiquei impressionada. Muitos anos depois, fui com os meus filhos, ensinar-lhes o caminho e há cerca de 6 anos, levei o neto. A sua informação aqui, está muito bem feita e as fotos lindas e imponentes. O restauro de Mérida, foi bem feito e embora com alguns pormenores artificiais, que têm provocado críticas, eu gosto. É importante transmitir aos que vêm mais tarde, o passado e por isso mesmo não critico os restauros.
ResponderEliminarSHOW este seu BLOG. Creio que mereça ser MAIS e MAIS e MAIS divulgado. PARABÉNS e conte comigo na expansão da cultura universal.
ResponderEliminarPassando para conhecer o blog..
ResponderEliminarTanti saluti!
Gi, Roma
Obs. Seguindo!
Ângela
ResponderEliminarA questão dos restauros é polémica, reconstruir ou não?
Bjs
Nelsontucci
ResponderEliminarObrigada e conto consigo, sim.
Bjs e volte sempre.
Dentro da Bota
ResponderEliminarBem vinda e saluti.
Bjs
Teresa,
ResponderEliminarNão sei se é boa noite ou bom dia, dado o adiantado da hora [04:18]
Acabei há pouco um post que estava em dívida de ética: dar continuidade ao seu gesto benevolente de 'me' agraciar com o Prémio Dardos! "Me"... isto é: o Alfobre!
A minha vida tem sido uma grande complicação devido às preocupações que tenho tido com a m/mãe internada há tanto tempo! O síndroma da demência tinha de a tornar menos afortunada, e a mim, mais infeliz!
Bem... passei agora por aqui, porque tem prioridade em lhe anunciar que, distinguindo as pessoas dos seus trabalhos, sendo a Teresa uma única pessoa, tem, no entanto, para além dos "Óculos do Mundo", este blog Olhares Viajantes que são merecedores de todos os dardos do mundo(...)
Assim, como conhecedora das regras... por mim, é digna de ter este blog agraciado com a "Ordem" do Dardo da competência, e do entretenimento de ensinar!
Portanto, o ALFOBRE tem lá tudo para me fazer o favor de pôr o selo neste post! De acordo? Obrigado.
Um abraço
César Ramos
Teresa
ResponderEliminarPassei para te desejar uma boa semana.
Beijo
Graça
...ainda não conheço Mérida,
ResponderEliminarmas fiquei fascinada!
obrigada!
xis grandes da létinha
http://letinhaletinha.blogspot.com/
http://birdfleur.blogspot.com/
não conheço, mas acredito quando diz que é um exemplo de turismo..acho que falta um pouco isso ao nosso país, mas cada vez mais tentamos corrigir esse erro!
ResponderEliminarFui a Mérida numa viagem de estudo e adorei!
ResponderEliminarEm Espanha, aconselho também Córdoba [na Andaluzia], é do mesmo género, dá vontade de caminhar pela cidade e conhecer cada recanto e também Zaragoza [catedral do Pilar].