Zambujeira do Mar |
Começamos o nosso segundo dia de exploração da Costa Vicentina na Zambujeira do Mar, onde pernoitámos. Gosto muito da Zambujeira, já por lá andei várias vezes, é uma vila muito simpática debruçada sobre uma praia esplêndida! É uma praia boa para famílias com crianças, tem bons acessos e a praia é protegida por formações rochosas que quebram o ímpeto do mar e a tornam bastante segura.
Nessa manhã clara de começo de primavera, o ar estava muito limpo e fresco e o azul era tão brilhante que nos enchia os olhos de água. Afastamo-nos da Zambujeira do Mar pela estrada da costa, debruada de mimosas amarelas.
Ninhos de cegonhas no Cabo Sardão |
A próxima paragem é o Cabo Sardão, um dos sítios mais extraordinários daquela costa. Havia vários grupos de turistas, extasiados, de máquina fotográfica em punho. Quando chegámos, uma delas veio chamar-nos a atenção para os ninhos de cegonhas, alcandorados nos penhascos mais inacessíveis junto ao mar. E exclamava "Amazing! Wonderful!" Maravilhoso, mesmo!
Para norte do Cabo Sardão, a costa muda, torna-se menos escarpada e as praias tornam-se mais acessíveis, como a praia de Almograve.
Praia de Almograve |
Vila Nova de Milfontes é uma espécie de princesa do litoral alentejano. É a vila mais turística, com muita oferta hoteleira e de restauração. No entanto, e apesar da pressão do turismo de massas, ainda preserva muitos recantos pitorescos. A foz do rio Mira abre uma baía extensa, com várias praias agradáveis, tanto para norte como para sul.
Vila Nova de Milfontes |
Seguimos para Porto Covo, com paragem na Ilha do Pessegueiro. É um local muito interessante, cheio de histórias e mistérios. Perto do forte seiscentista que guarda a costa, olho para a ilha e imagino o mar a bater no pequeno forte que ainda lá está, em ruínas, e quase oiço os tiros que se cruzavam enquanto os navios atacantes se escondiam atrás das suas rochas. Parece que houve um projeto para construir um molhe que ligasse a ilha à costa, mas a fúria do mar de inverno frustrou o projeto.
Ilha do Pessegueiro |
Continuando para norte, a paisagem da costa volta a mudar. O mar penetra na terra, em lagoas e línguas de mar. As margens são baixas, arenosas. A vegetação é mais esparsa, há pinheiros e mimosas. As praias reveem-se nas lagoas, da Sancha, de Santo André, de Melides.
Lagoa de Santo André |
Tinhamos decidido subir toda a costa e, portanto, resolvemos rolar até à ponta de Tróia. Uma paragem na marina sabe sempre bem e é uma maneira simpática e gradual de regressar a um ambiente urbano e cosmopolita. A partir daí, fomos apanhar o ferry-boat. Sou uma apaixonada por viagens de barco e, embora seja um percurso pequeno, a minha paixão consola-se com a passagem do estuário do Sado. As motas têm prioridade, não há filas de espera, só o vento fresco na face e o sol morno do fim da tarde.
Marina de Tróia |
Antes de terminar este roteiro pela costa vicentina, e porque a cultura dos sítios também passa pelo que se come, aqui ficam as anotações gastronómicas:
- Almoço de sábado no Restaurante A Casinha, em Sagres, onde comemos uns ovos com farinheira e um arroz de polvo de comer e chorar por mais.
- Jantar de sábado foi uma coisinha leve, uma feijoada de búzios num dos restaurantes da Zambujeira do Mar, junto da praia.
- Almoço de domingo foram só petiscos, numa esplanada frente à Lagoa de Santo André, rematados por uma bifana.
- Jantar de domingo em Setúbal, no Restaurante Baluarte. Choco frito, pois claro...
No ferry-boat |
Peço desculpa pela falta de qualidade das fotografias, de que os sítios não têm qualquer responsabilidade. Só pretendem dar uma pálida ideia da beleza selvagem desta costa.
Sem comentários:
Enviar um comentário