A visita a Alcalá de Henares, sobre a qual já aqui escrevi, teve como pretexto a celebração dos quatrocentos anos da morte de Cervantes. A efeméride fez-me lembrar outro grande (gigantesco...) nome das letras europeias, de que também se comemora o quadricentenário da morte neste ano de 2016: William Shakespeare.
O Royal Shakespeare Theatre |
Naquela cidade, no entanto, há um tema comum a todos os espaços: Shakespeare. Compreende-se. Não é qualquer cidade que se pode orgulhar de ser o berço de um génio como esse. Mas, em Stratford upon Avon, há um exagero qualquer. As ruas ostentam símbolos e decorações que nos levam invariavelmente para o universo shakespeariano. Os homens-estátua, tal como as estátuas propriamente ditas, remetem para as suas personagens teatrais. Há o Teatro de Shakespeare, é claro, e o pub "Black Swann", famoso por ser o ponto de encontro dos seus atores. Mas também há a casa onde Shakespeare nasceu, a casa onde a sua mãe Mary Arden viveu, a casa da sua filha Susanah, a Anne Hathaway's Cottage, pertença da sua mulher e, quem sabe, as propriedades de outros parentes ainda... todas visitáveis e decoradas à época. Só visitei a casa onde Shakespeare nasceu, pertencente ao seu pai John Shakespeare, luveiro de profissão. Gostei, embora a tenha encarado como um espaço museológico encenado.
A casa onde Shakespeare nasceu (vista das traseiras) |
A minha sensação final não foi de encantamento, como esperava, mas de alguma encenação para consumo turístico. Senti a perda da genuinidade em troca de um certo voyerismo folclórico. Como se tivesse comprado bilhetes para um parque temático, a Shakespeareland...
Frontaria da casa onde Shakespeare nasceu |
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