Quando se chega a Jerusalém, a primeira impressão é a de uma cidade cor de areia. Todos os edifícios são da mesma cor, a cor da areia, a cor do deserto.
Mas esse é o único sinal de homogeneidade. Percebemos rapidamente que é uma cidade de contrastes, onde o antigo coabita com o moderno e o amor coabita com a morte.
Jerusalém é considerada cidade santa por três religiões, judaísmo, cristianismo, islamismo, e aí existem monumentos sagrados para milhões de crentes das três fés. Devia ser uma cidade de paz, no entanto...
Há dois grupos de pessoas que encontramos um pouco por todo o lado: soldados e judeus ortodoxos. O que nos chama mais a atenção, logo que chegamos, são os soldados, em todas as ruas e praças, tanto rapazes como raparigas, já que o serviço militar é obrigatório para ambos os sexos entre os 18 e os 20 anos. É estranho entrar numa loja e ver rapariguinhas a experimentar brincos, ou a comer um hamburguer, com uma metralhadora a tiracolo.
Sendo aqui o centro da Terra Prometida, Jerusalém é também a cidade israelita onde vive um maior número de judeus ortodoxos. Distinguem-se bem, com os seus fatos pretos que parecem fora de moda, camisa branca e as franjas do xaile de oração a aparecerem por baixo do casaco. Na cabeça, um chapéu preto ou, no mínimo, a simples kipah . As mulheres judias ortodoxas também se distinguem bem, com as suas saias pretas, camisas direitas e cabelos escondidos atrás de um lenço, uma pequena boina ou até uma peruca, já que a mulher casada só deve mostrar o cabelo ao marido.
Tirei muitas fotografias a pessoas, homens e mulheres, soldados ou religiosos. De início, são desconfiados, mas depois de perceberem as nossas intenções, tornam-se simpáticos e conversadores, contam sobre as suas tradições e maneira de viver e até gostam de posar para a fotografia!
Há um Centro Comercial junto ao Hotel, que dá também acesso à estação de autocarros. Não tem nada de especial, excepto lojas desarrumadas e poeirentas. Mas a entrada é complicada, porque temos de passar por dois controlos policiais. O primeiro é ainda na rua e é feito por polícias. O segunda é na entrada e é controlo de raios-X, tipo aeroporto. Os israelitas já estão habituados e atroleplam-se para pôr as malas e outros objectos no tapete rolante, têm pressa, querem despachar-se. Para nós, é uma experiência estranha. Mas já começamos a habituar-nos ao controlo policial constante.
Perto do hotel, também há um souk colorido e animado, onde compram e vendem tanto judeus como árabes. Tirei algumas fotografias, mas as fotografias não conseguem captar os pregões gritados dos homens, nem o cheiro intenso das frutas e das especiarias.
(Fotografias de Teresa Ferreira)
Aqui está um tipo de sitio que me desperta bastanta curiosidade, não pelo sitio em si, mas pelas diferenças culturais que gostava de conhecer melhor!
ResponderEliminarE vale bem a pena, Tânia, é um país fascinante, onde se cruzam muitas culturas.
ResponderEliminarBjs