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O Castelo de Schwerin |
A
pequena cidade de Schwerin, no norte da Alemanha, é hoje a capital do estado de
Mecklemburgo-Pomerânea Ocidental. É uma cidade tranquila, à beira do lago de
Schwerin. As ruas descem suavemente para uma praça rodeada pelo Teatro
Municipal e outros edifícios administrativos. Tem um ar de vagarosa opulência.
Por momentos, podemos imaginar-nos na Alemanha imperial do início do século XX.
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A cidade de Schwerin, junto ao lago com o mesmo nome |
Se
voltarmos as costas à praça e olharmos na direção do lago, a nossa impressão
imaginária acentua-se, porque deparamos com um dos castelos mais bonitos que já
visitei: o Castelo de Schwerin. Surge como uma miragem, numa ilha, no meio do
lago.
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A magnífica entrada do castelo |
Construído
no século XII, no local onde já se encontrava uma fortificação de uma tribo
eslava, desde cedo se afirmou como um local de defesa e um espaço de poder. Depois
de ter passado por várias funções (durante a Segunda Guerra Mundial, serviu até
de maternidade), hoje está ocupado pelo Parlamento Regional do
Mecklemburgo-Pomerânea.
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Inscritos na base da coluna, os nomes dos habitantes de Schwerin que morreram pelo Império Alemão na Primeira Guerra Mundial |
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Dois cavalos monumentais flanqueiam a entrada da ponte que conduz ao castelo |
O
conde Niklot, cuja grande estátua domina a fachada, é o responsável pela
construção do castelo, em 1160. Depois, foi sofrendo aumentos e reconstruções,
até à grande remodelação do século XIX, que lhe dá o aspeto atual.
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A fachada do castelo... |
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... e as traseiras, frente ao lago |
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O jardim de inverno |
Se
o castelo me faz lembrar Chambord, no vale do Loire, os jardins têm uma conceção
cénica, teatral, muito ao gosto do século XIX. Rodeado por veredas por onde
apetece caminhar, junto do lago, entre árvores e arbustos escolhidos, por entre
pequenas grutas e grandes estátuas heróicas, o jardim é uma obra de arte em
nada inferior ao próprio edifício. O jardim de inverno é hoje um
café-restaurante de entrada livre.
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Deambulando pelos jardins... |
O
Castelo de Schwerin impressionou-me pela imponência mas também pela extraordinária
beleza do espaço envolvente. Não admira que seja protegido pela UNESCO como
Património da Humanidade.
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Jardins de uma beleza teatral |
A
oeste de Schwerin, estende-se uma zona de lagos e bosques, a Reserva da
Biosfera de Schaalsee. Por toda essa região, encontram-se pequenas cidades que
parecem adormecidas no tempo. Como, por exemplo, Mölln.
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O lago junto a Mölln |
Mölln é uma pequena localidade, aninhada junto ao
lago. Mal estacionamos, um velhote que ali apanhava sol, sentado num banco de
jardim, abordou-nos. Queria falar-nos da sua terra e das coisas bonitas que ali
podíamos ver. Queria “vender-nos” a sua adoração por Mölln, mas não era
necessário, nós também ficámos apaixonados...
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A entrada na cidade |
Após passarmos a ponte, as ruas sucedem-se,
rodeadas de velhas casas de tijolo, com um aspeto um pouco austero. Muitas têm
citações da Bíblia e percebemos que ali estamos em plena zona de reforma
protestante. Mas todas as coisas têm um verso e um reverso e Mölln também é a
capital do Till Eulenspiegel, essa figura do folclore medieval alemão, meio
bobo, meio espertalhão!
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Aí está o Till Eulenspiegel, em cima do fontanário |
O Till Eulenspiegel é o protagonista de muitas
historietas, o camponês que troça da autoridade, o brincalhão que representa a
esperteza do povo. É ele que tem uma estátua na praça de Mölln, à sombra
tutelar da igreja, e aí se situa também o seu museu. Nesse pequeno museu, podem
ler-se as suas histórias ou assistir a representações e os bonecos estão
presentes a estimular a imaginação das crianças. Podem comprar-se marionetas e
encenar as anedotas mesmo ali!
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A entrada do pequeno museu dedicado ao Till Eulenspiegel... |
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...e o interior do museu |
Sentamo-nos a tomar um chá na única esplanada
da localidade, no largo central, junto ao tronco onde se aplicavam os castigos
físicos, na Idade Média. E partimos de Mölln a pensar em como a vida, em
qualquer época, tem tantas facetas diferentes!
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O largo central de Mölln |