sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho

Na cidade de Genève situa-se um dos museus mais tocantes e interessantes que já visitei: o Museu da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. É pouco conhecido. Não faz parte dos circuitos turísticos. No entanto, eu aconselho a visita. Seguramente, sairemos deste museu com mais conhecimentos e humanamente mais ricos.



(Os símbolos da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho)


Como é sabido, a Cruz Vermelha foi criada em 1863, por Henry Dunant. Em 1919, associa-se ao Crescente Vermelho para, em conjunto, criar uma organização internacional que se baseia no trabalho de quase 100 milhões de voluntários. O seu objectivo é proteger a vida e a saúde humana, e aliviar o sofrimento humano, sem discriminação resultante da nacionalidade, da raça, do sexo, da crença religiosa, das opiniões políticas ou da classe social.



(A memória de Henry Dunant)


Logo à entrada do Museu, somos recebidos pelas palavras de Henry Dunant, que nos questionam directamente sobre a nossa responsabilidade global:  "Chacun est responsable de tout devant tous" ("Cada um é responsável  por tudo perante todos"). 



(Chacun est responsable de tout devant tous)


Também na zona da entrada, os grupos de figuras de pedra amordaçadas lembram-nos todas as pessoas que ainda hoje vêem os seus direitos diminuídos ou violados.



(Os direitos civis amordaçados)


Dentro do museu, passamos por muitas salas onde se guardam as memórias das principais acções humanitárias: os arquivos dos prisioneiros da 1.ª Guerra Mundial, o apoio na área da enfermagem e dos cuidados de saúde em zonas de guerra, a luta contra as minas terrestres, o apoio aos mutilados de guerra, e tantas outras.



(Os arquivos dos prisioneiros da 1.ª Guerra Mundial)


Tocou-me particularmente a parte do museu relativa às crianças que perderam membros devido a conflitos ou à explosão das minas que continuam a matar, mesmo depois da guerra teoricamente acabar.



(Tous les hommes naissent pour vivre debout)


O Comité da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho foi premiado com o prémio Nobel da Paz em 1917 e em 1944, portanto durante cada uma das duas guerras mundiais, tendo sido os únicos prémios Nobel entregues nesses anos. Foi outra vez agraciado com o prémio Nobel da Paz no seu centenário, em 1963. Acredito que bem o merece.


(Fotografias de Teresa Ferreira)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

As Nações Unidas

No ano de 2008, por razões que se prenderam em partes iguais com o trabalho e com o lazer, visitei as duas sedes das Nações Unidas, a de Genève, na Suiça, e a de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Foram visitas muito interessantes, porque me permitiram compreender melhor o papel da Organização das Nações Unidas no mundo.



(Entrada do Palácio das Nações em Genève. Há sempre aí manifestantes, 
a favor de qualquer causa) 


A sede da organização em Genève tem o nome de Palácio das Nações e foi construída em 1929, para sede da então chamada Sociedade das Nações, fundada após a Primeira Guerra Mundial. Quando a Sociedade das Nações foi dissolvida, o edifício tornou-se a sede da recém-criada Organização das Nações Unidas. É um edifício belíssimo, ao estilo Art Déco dos anos 20, com salas pintadas por grandes artistas da época. 



(Vista sobre o Parque, vendo-se a seta de titânio doada pela URSS)


O jardim, chamado Parc des Nations, foi decorado com esculturas monumentais doadas por vários países, como a grande esfera armilar em bronze, doada pelos Estados Unidos da América, e uma estrutura que se ergue para o céu em forma de seta, revestida de titânio, e que representa a corrida espacial. Foi doada pela então União Soviética. Estas duas esculturas, das maiores do Jardim, representam ao fim e ao cabo uma das maiores dificuldades que esta organização enfrentou, isto é, a Guerra Fria que opôs as duas super potências ao longo da segunda metade do século XX.



(Sala de Conferências em Genève)




(Sala de Conferências em Nova Iorque)


Hoje, todo o edifício é considerado território internacional e tem visitas guiadas em quinze línguas diferentes. Ao longo das salas e corredores, vamos vendo diversas obras doadas por muitos países, assim como exposições que nos alertam para as muitas faces do trabalho das Nações Unidas no mundo, especialmente na manutenção da Paz.




                    
(O trabalho da ONU no mundo)


O edifício de Nova Iorque é totalmente diferente. É a sede principal da Organização das Nações Unidas, fundada após a Segunda Guerra Mundial. Situado na margem do East River, num território doado pelo milionário americano John D. Rockefeller Jr., é um edifício moderno, de linhas direitas. Hoje, é um território internacional, com o seu próprio sistema postal. Destaca-se na entrada do complexo a enorme linha de bandeiras, simbolizando todos os países pertencentes a esta organização.



(O edifício da ONU em Nova Iorque)


Lá dentro, no entanto, a mesma sequência de salas de conferências, muito idênticas às de Genève, os corredores e as salas repletos de quadros e obras-de-arte doados por muitos países-membros.



(Obras de arte no interior do edifício)


Também no jardim se encontram esculturas muito interessantes, quase todas abordando os temas da paz e da amizade internacionais.



(Escultura oferecida pelo Luxemburgo)


São dois edifícios belíssimos, muito diferentes no seu aspecto, mas muito semelhantes na sua organização, e na forma como tentam sensibilizar os seus visitantes para os temas da manutenção da paz e da preocupação com a qualidade de vida deste planeta tão conturbado.



(Um mundo conturbado)


(Fotografias de Teresa e Fernando Ferreira)